Compartilhar a sua vida, sua casa, com um pet costuma melhorar a qualidade de vida das pessoas em muitos sentidos: reduz a sensação de solidão, favorece as relações sociais, ajuda a manter a forma, incentiva o sorriso etc. E, apesar de tudo isso, no Brasil, durante o ano de 2018, aproximadamente 120 mil cachorros e 40 mil gatos foram abandonados. Por quê?
Muitas pessoas aproveitam a companhia de um animal de estimação e não pensariam nem por um segundo na possibilidade de se desfazer do seu cachorro ou gato, que, frequentemente, é considerado como parte da família. Entretanto, a convivência entre pessoas e animais nem sempre é um sucesso e em alguns casos a relação fracassa. E se para um proprietário pode ser difícil abandonar um pet, para o animal, o abandono é o começo de um caminho muito difícil que tem um final feliz na forma de adoção só para 45% dos cachorros e 38% dos gatos. O resto dos animais continuará vivendo nas associações protetoras, onde o ambiente desconhecido, a mudança repentina da rotina e o isolamento do grupo social do animal podem significar um grande estresse.
Mas por que tantos cachorros e gatos acabam ficando em abrigos e associações protetoras? É válido perguntar, principalmente, quando se tem em conta a quantidade de benefícios que os pets oferecem para o bem-estar físico e mental das pessoas, além da expectativa de muitos futuros proprietário de que o cachorro ou gato acabará sendo um fiel companheiro de vida e um amigo.
Segundo o último estudo realizado em 2019, os principais motivos de abandono de cachorros e gatos foram: ninhadas inesperadas (14%), mudança de casa (13,7%), fatores econômicos (13,2%), perda de interesse pelo animal (11,2%) e comportamento problemático do animal de estimação (11%). Entre os motivos menos frequentes temos: fim da temporada de caça (10,2%), alergia de algum membro da família (7,7%), nascimento de um filho (6,4%), internamento ou morte do proprietário (3,5%), férias (2,6%) ou o medo de pegar toxoplasmose durante a gravidez (2,4%).
Esses motivos tendem a mudar com o tempo e são diferentes dos estudos anteriores. Os dados de 2019 indicam um aumento nos fatores econômicos e uma diminuição dos motivos relacionados com a perda de interesse. Entretanto, o abandono continua apontando para uma incompatibilidade entre alguns proprietários e alguns pets, para um desconhecimento sobre as implicações práticas de viver com um animal e, em alguns casos, para expectativas equivocadas sobre o comportamento normal de um cachorro ou gato.
Mesmo estando muito longe de erradicar o problema, as campanhas de sensibilização da população contra o abandono dos animais começam a fazer efeito. Cada vez mais as pessoas tentam escolher um pet que se “encaixe” melhor ao seu estilo de vida e, antes de adotar, consultam profissionais do setor para ter expectativas realistas sobre a dedicação que o animal de estimação precisará em termos de tempo e dinheiro.
De fato, se você estiver avaliando a possibilidade de adotar um pet e quiser definir as bases de um relacionamento duradouro e feliz, talvez se interesse pelas dicas do nosso Adestrador Guilherme para evitar o abandono de animais:
- A decisão de ter um animal deve ser tomada em família, dividindo as diferentes tarefas e responsabilidades entre todos os membros dela.
- É preciso informar-se e decidir que tipo de animal melhor se adapta as suas necessidades, gostos, estilo de vida e tamanho do lar: cachorro, gato ou outro tipo de pet; macho ou fêmea; filhote ou adulto; no caso de cachorros, pequeno, médio ou grande porte…
- Ensinar ao animal, principalmente no caso dos cachorros, os comandos básicos de adestramento. Dessa maneira, a convivência será mais fácil e você aproveitará mais a companhia do seu pet.
- Informar-se com o veterinário sobre a esterilização para exercer não só o papel de dono responsável, mas também uma “paternidade responsável” e evitar as ninhadas não desejadas.